Evento em Itu abriu as janelas do Jornalismo 2.0

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Cerca de 80 pessoas, entre jornalistas, profissionais de comunicação, empresários, profissionais liberais e estudantes participaram do evento inédito sobre Jornalismo 2.0 em Itu. Veja fotos!

Em parceria com o portal Jornalistas da Web, o evento foi transmitido em tempo real no twitter do JW e simultaneamente no twitter do Itu.

CARTA DIGITAL DE ITU

Dentro da proposta da criação colaborativa, foi lançada no evento a primeira versão da CARTA DIGITAL DE ITU, alinhavando alguns princípios do jornalismo 2.0. Uma segunda versão está sendo preparada com o conteúdo que foi levantado por todos os palestrantes e participantes do evento e será complementada com a participação da comunidade através de fóruns online.

Acompanhe algumas falas dos 17 palestrantes do evento.

PRIMEIRO FÓRUM

O primeiro fórum homenageou os 200 anos de Imprensa e contou com a participação deMylton Ottoni (Pré-história da comunicação no Brasil), Anicleide Zequini (o papel do papel nos primórdios da mídia impressa), Olga Sodré (a obra de Nelson Werneck Sodré) e Armênio Guedes, que foi homenageado em nome de todos os jornalistas.

A importância do jornalista (conhecido na época como redator) no registro da história foi lembrada pela palestrante Anicleide Zequini: “Graças aos jornalistas é que hoje os historiadores podem pesquisar nesses jornais antigos e reviver toda uma época, reescrevendo a história”, disse a historiadora.

Olga Sodré sintetizou algumas passagens da obra de seu pai, Nelson Werneck Sodré, inspirada por calorosas discussões e por seus mais de 60 livros publicados. Olga salientou: “Não adianta a gente aprimorar a tecnologia se a gente fizer um jornalismo superficial, que é apenas a enumeração dos fatos”.

Mylton Ottoni explicou sobre os primórdios da comunicação, nascida nos caminhos (Peabirus) criados pelos índios da região, na época em que os europeus chegaram ao Brasil. “Chegou-se à sofisticação de colocar estações para que os mensageiros pudessem pernoitar e passar a mensagem no dia seguinte”, contou Ottoni.

Por fim, o homenageado do dia, Armênio Guedes, que ingressou no jornalismo por meio da militância, contou sobre o papel do jornal antes e depois da revolução de 1930. “Os primeiros jornais brasileiros tinham um caráter pedagógico e organizador. Depois da revolução, o jornal se tornou um agitador coletivo, um papel importante na batalha das idéias. Eram muito limitados, mas era o que tínhamos de mais importante, um propagandista das necessidades de mudança”, relembrou Armênio.

SEGUNDO FÓRUM

O segundo fórum, no qual o Jornalismo 2.0 foi abordado diretamente com exemplos vivos e cases práticos, contou com a presença de Pollyana Ferrari, Rodrigo Azevedo, Deborah Dubner e Carlos Piazza. Velocidade, interatividade e principalmente mudança de atitude foi o tema principal das discussões.

“Temos que aprender o que as pessoas falam. Aprender a olhar, compartilhar as informações. O jornalismo 2.0 vai além das gerações e das classes sociais. Na periferia, por exemplo, você encontra adolescentes com pendrive no pescoço, pessoas que compram casquinhas do Mac Donald´s para poder usar a Internet”, afirmou Pollyana Ferrari. A autora de 2 livros sobre o tema alertou: “Jornalistas que entram com nome falso, são da velha guarda. Não existe jornalista 2.0 que não dê a cara para bater!”.

Rodrigo Azevedo, criador do Portal Comunique-se, abordou de uma maneira pragmática o jornalismo 2.0: “Esse novo jornalismo começa pelo próprio jornalista 2.0. Há uma mudança de perfil, onde o profissional é multimídia, deve ser capaz de passear por todas as mídias. Se por um lado os empregos estão sendo pulverizados, eu digo que esse é o melhor momento para ser jornalista”, alertou o empresário.

Deborah Dubner falou sobre a construção do jornalismo 2.0 de cidadão para cidadão. “O 2.0 não é uma marca apenas para o jornalista. É uma atitude, um jeito de ser. Foi o envolvimento com a cidade e seus potenciais que permitiu ao portal crescer e se desenvolver”, contou. Leia o seu artigo sobre Jornalismo 2.0.

O impacto do jornalismo 2.0 dentro das empresas foi o tema abordado pelo comunicador Carlos Piazza, que atualmente é responsável pela comunicação integrada da empresa Light. Piazza contou alguns casos reais onde a nova realidade do jornalismo – viral e veloz - impactou significativamente as ações e decisões da empresa. E alertou: “Tem que ter responsabilidade para fazer esse jornalismo 2.0, para não criar alarmes. É fundamental agir de maneira responsável”.

TERCEIRO FÓRUM

Questões polêmicas como o perigo do controle do Google sobre a humanidade e os direitos autorais foram abordadas no terceiro fórum.

Cadu Lemos apresentou o vídeo “Master Mind”, que mostra um lado mais “maligno” dessa poderosa rede.

José Marcio Mendonça ressaltou que tanto no jornalismo tradicional como no jornalismo 2.0 o importante é a reputação e a credibilidade do profissional.

Camila Bertolazzi, editora do itu.com.br, contou seu percurso e experiência como jornalista 2.0 há mais de dois anos no portal. Ela também explicou como um profissional da web deve usar e abusar das ferramentas que a mídia proporciona (vídeos, áudios, comentários). “Mas, se eu precisasse definir o Jornalismo 2.0 em uma palavra, seria INTERATIVIDADE: do leitor com o texto e com o profissional, e do jornalista com os aspectos que envolvem a produção jornalística”, conta a editora.

QUARTO FÓRUM

O quarto fórum começou com uma visão sobre o Futuro da Comunicação, por Marcelo Coutinho. “Pouco menos de 1/3 da população brasileira utiliza Internet, mas quem tem usa muito. E 70% dos internautas brasileiros já colocaram algum tipo de conteúdo na Internet. Este percentual é o mais alto do mundo”, afirmou o diretor do IBOPE. “O vírus da comunicação boca a boca que se tornou digitalizado infectou o sistema de comunicação de massa. E nós, jornalistas e publicitários, ainda não conseguimos lidar com esse novo jeito de funcionar!”.

Fabio Steinberg, que já foi executivo em grandes empresas como Globo e AT&T apresentou de forma prática e bem humorada sua inserção no universo do jornalismo 2.0. “Todo dia eu descubro uma reação. E é a reação das pessoas que têm me ensinado a me tornar um jornalista 2.0”. Leia sua opinião sobre jornalismo 2.0.

Roberto Mayer apresentou uma pesquisa feita especialmente para o evento: Quem lê o quê. A pesquisa via web envolveu 224 entrevistados, entre um público corporativo e consumidores finais. As perguntas se referiram ao uso da Internet para leitura de notícias, decisões profissionais, entretenimento e assuntos informais.

QUINTO FÓRUM

O último fórum teve a presença de Rodrigo Tomba, Alan Dubner e Manoel Fernandes, que falou sobre o jornalismo de indexação e apresentou vários cases do seu dia a dia, relacionados com blogs, empresas e consumidores. Fernandes explicou: “A lógica do Google é a lógica da indexação. Quanto mais mexe, mais replica. O jornalismo hoje é baseado em palavras chaves”.

Rodrigo Tomba falou sobre como vê a web 2.0 e o papel dos jornais: “Os jornais não têm mais a necessidade de transmitir fatos. Os fatos hoje são transmitidos por todos nós no dia a dia, a todo momento. A função do jornal e do jornalista mudou por completo. Deveria ser opinativa, analítica, e não mais a de relatar fatos. Os fatos quem relata são as pessoas”.

Mídia Social foi tratada por Alan Dubner. “O jornalista precisa conhecer profundamente esse assunto já. Precisa entender como isso funciona na prática”, afirmou. Apresentando histórias reais, trouxe também uma questão para reflexão: Como fica a questão da reputação na Internet? Leia o seu artigo sobre a imprensa e a nova realidade 2.0.

Itu e seus presentes

O coffee break da manhã foi preparado em grande estilo pela Fazenda do Chocolate, com quitutes da roça e ambientação de fazenda, com a qualidade e experiência da familia Hacker. Veja fotos!

O coffee break da tarde trouxe o sabor do café da Fazenda Santo Antonio da Bela Vista, acompanhado de bombocado, pão de queijo e diversos doces e salgados preparados com muito carinho para os participantes. Veja fotos!

Olga Sodré e Armênio Guedes receberam um quadro pintado pelo artista Paulo Lara especialmente para eles, retratando o novo e o antigo em estilo pop.

Os palestrantes receberam um kit com o café da Fazenda Bela Vista, caixa de chocolates da fazenda do Chocolate e um DVD sobre os monumentos históricos de Itu, dirigido pelo documentarista Barros Freire.